As mamães de primeira viagem costumam ter inúmeras dúvidas sobre a alimentação do bebê, questionam-se frequentemente sobre o momento certo para o desmame e quando devem começar a introdução alimentar.
Atenção: a introdução alimentar não substitui o leite materno. Ficou confusa? Calma, Mommy! Trouxemos todas as principais dúvidas respondidas, para que você não se desespere e alimente seu filho do jeito correto.
Porque a introdução alimentar somente aos 6 meses?
Com menos de 6 meses, o bebê não tem maturidade neurológica, gastrointestinal e motora para poder receber outros alimentos. Após esse tempo, a criança já possui capacidade para sentar, sustentar-se (cabeça e tronco) e segurar os objetos e comidas.
Alimentar a criança antes dos 6 meses de vida pode resultar em engasgos e no aumento de intolerância e alergias alimentares, além de sobrecarregar os rins, pâncreas, fígado e intestino.
Como saber que meu filho está pronto?
Os bebês dão sinais de que estão prontos para ingerir novos alimentos, mas não tenha pressa, cada um tem o seu tempo. Pode ocorrer aos 6 meses, aos 7, aos 8, ou quando seu filho estiver pronto.
Confira alguns dos sinais:
- A criança fica ansiosa para se juntar às refeições na mesa em família, tentando alcançar as comidas e/ou colocá-las na boca;
- O bebê mostra-se disposto a mastigar;
- Perde o reflexo de protrusão da língua e não empurra os alimentos para fora;
- Começa a tentar pegar os alimentos com o indicador e polegar, fazendo um movimento de “pinça”.
Como começar a introdução alimentar?
É importante começar oferecendo, por dia, 2 papas de fruta e 1 de legumes. Papa é o alimento apenas amassado, sem bater no liquidificador para não perder o gosto e textura de cada alimento individualmente.
Cada grupo alimentar deve estar amassado, mas separado no prato para que a criança entenda o sabor e consistência de cada grupo.
A papa de legumes deve conter pelo menos 1 alimento de cada grupo alimentar:
- Cereais e tubérculos (arroz, batata, batata-doce, macarrão, etc)
- Hortaliças (abóbora, tomate, cenoura, folhas verdes, etc);
- Carnes e ovos;
- Grãos (lentilha, feijão, soja, ervilha, etc).
Sempre varie os alimentos. Se hoje testou a cenoura, amanhã teste o tomate, e assim por diante.
Quando entram os alimentos sólidos?
Após 1 mês de alimentos amassados, comece a introduzir pequenos pedaços sólidos na papa para estimular a mastigação.
Perto de 1 ano de vida, a criança já pode participar da refeição básica da família.
Meu filho não come, e agora?
Não se preocupe, Mommy! Não insista, apenas vá tentando a cada refeição, pois é normal que sejam necessárias algumas tentativas até o bebê aceitar.
Se ele não comeu tudo, não o force. Cada criança tem um apetite e aos poucos acostumará.
Porque não dar suco na introdução alimentar?
Um copo de suco contém 1,5x mais açúcar do que uma unidade de fruta, além de perder fibras e não estimular a mastigação. É uma péssima escolha de introdução alimentar.
Se, por qualquer motivo, não tem como dar a fruta, ofereça no MÁXIMO 150ml de suco e o menos peneirado possível.
Dê água
A água precisa ser filtrada, fervida e resfriada, mas não ofereça muito! Ela pode acabar ocupando o espaço dos alimentos, então dê apenas alguns goles após a refeição, ou se estiver muito calor.
Não acredite em tudo que lê
“Se ele atingiu o peso X, já pode introduzir os alimentos”: NÃO! A maturidade do trato digestivo e o desenvolvimento neuropsicomotor do bebê que fazem a diferença, não o peso do bebê.
“Ele precisa de alimentos, pois o leite materno não possui ferro suficiente”
NÃO! O leite materno possui menos ferro do que na fórmula, mas é muito mais facilmente absorvido pelo intestino do bebê.
As crianças alimentadas com fórmula tendem a perder ferro através de fissuras no intestino, que se desenvolvem como resultado de danos causado pelo leite de vaca, ao contrário de bebês amamentados.
Após os 6 primeiros meses, eles realmente precisarão de fonte adicional de ferro, mas pode ser facilmente obtido em pequenas quantidades de alimentos sólidos.
Continue amamentando, Mommy!
- A amamentação é a base para a formação do sistema imunológico do bebê;
- Pode prevenir o aparecimento de doenças crônicas;
- Uma amamentação bem feita ajudará com a introdução alimentar;
- O leite materno evita o contato com o leite de vaca e às fórmula não-hidrolisadas.
- O aleitamento promove uma melhor nutrição, melhora o desenvolvimento da cavidade bucal e reduz a chance de obesidade;
- Favorece a capacidade cognitiva;
- Diminui o risco de colesterol alto, hipertensão e diabetes.
Se todos os bebês fossem amamentados nos 2 primeiros anos de vida, seria possível salvar a vida de mais de 820 mil crianças com menos de cinco anos no mundo, todos os anos, pois o aleitamento diminui a mortalidade infantil.
O leite materno permanece com inúmeros benefícios
Aos 2 anos de idade, meio litro de leite materno fornece 95% das necessidades de vitamina C, 45% de vitamina A, 38% de proteína e 31% do total de energia que a criança precisa diariamente.
Quanto menos a criança for introduzida ao leite de vaca, muito menores as chances de desenvolver alguma alergia relacionada.
As crianças não amamentadas aos 2 anos, tem duas vezes mais chance de ir a óbito devido a doenças infecciosas.
As mamães também ganham com a amamentação!
- A amamentação reduz a depressão pós-parto;
- Reduz o risco da mulher desenvolver diabetes tipo 2 após a gravidez;
- O leite materno é acessível;
- Amamentar previne o câncer de mama e ovário.
Então quando devo parar de amamentar?
Quando se sentirem preparados! A mãe e o bebê devem concordar com o desmame, então sinta seu filho através do lindo vínculo que a amamentação oferece.
Enquanto o aleitamento for prazeroso para ambos, não há nada que os impeça de continuar.
10 passos para um introdução alimentar de sucesso
- Não crie expectativas, pois o bebê só come o quanto precisa e o leite materno ainda é seu principal alimento;
- Não force, chantageie ou distraia com telas de tablet/computador: é extremamente prejudicial à saúde, pois comer necessita de atenção e ser prazeroso;
- Estabeleça uma rotina;
- Ofereça o máximo de alimentos naturais e orgânicos possível, sem muito sal ou temperos;
- Sente o bebê com a coluna reta para evitar complicações, como engasgos;
- Crie um clima agradável na hora das refeições, com conversas, sem tecnologias para que criança crie gosto de estar na mesa com os pais;
- Não peneire ou liquidifique a comida!
- Não ofereça doces, refrigerante e industrializados antes dos 2 anos;
- Organize as compras e prepare os alimentos antes: corte e congele em pequenas porções (dica amiga!);
- Varie! Ofereça diferentes cores, sabores e consistências.
Boa sorte, Mommy!
Respeite o tempo do bebê e desfrute da tão esperada primeira refeição em família.